MPLA diz que Luanda não será o Cairo

O Cairo em Luanda? O MPLA diz não temer, em Angola, o que se passa no Norte de África, mas o Governo tem inviabilizado quaisquer tentativas de realização de manifestações no país.
Depois das fortes contestações contra os governos dos presidentes da Tunísia, Egipto e Líbia, está a ser convocada através da internet, num email, intitulado “A Nova Revolução do Povo Angolano”, uma manifestação de protesto contra o regime do Presidente da República, a ter lugar a sete de Março, de Cabinda ao Cunene.
Ainda não há um rosto visível a assumir a autoria deste acto, o que faz com que muitos cidadãos se resguardem a iniciativa. No email intitulado “A Nova Revolução do Povo Angolano”, exige-se o abandono do poder pelo Presidente angolano para se promoverem mudanças na constituição de forma a abolir as leis que restringem a actividade política em Angola.
O MPLA disse, na voz do seu secretário para Informação, que não acredita que situações semelhantes a dos países do norte de África aconteçam na parte sul do continente, em particular em Angola. Rui Falcão Pinto de Andrade sustenta que José Eduardo dos Santos é um factor de estabilidade para o partido no poder e que, ao contrário do Norte de África, mais a Sul há democracias.
E apesar de essas democracias, angolana incluída, reconhecem o direito constitucional à manifestação, o MPLA fez uma advertência à população. Julião Mateus Paulo, “ Dino Matross”, Secretário geral do partido dos camaradas, afirmou que serão tomadas medidas contra quem eventualmente venha a fazer uma manifestação.
As ameaças feitas por Dino Matross, segundo comentários em alguns círculos da sociedade angolana, alimentam especulações de que as autoridades darão luz verde as forças da ordem para contraporem eventuais iniciativas.
Na semana passada a polícia nacional em Cabinda abortou uma manifestação de jovens em Cabinda que queriam saudar a independência do sul do Sudão. Antes, foi interrompida outra manifestação protagonizada por ex-trabalhadores angolanos na antiga RDA. E no Huambo, um forte contingente policial, inviabilizou uma manifestação convocada pela UNITA, na semana passada.
Angola ficou privada do sinal da Internet durante largas horas, desde a tarde da última quarta-feira. A queda do sinal da Internet, afectou sobretudo as páginas sociais. Até ao momento ainda não houve um pronunciamento oficial da parte da Angola TELECOM, empresa angolana de Telecomunicações a esclarecer o sucedido. Algumas fontes avançam que terá sido apenas uma avaria no sistema de fibra óptica para a transmissão dados.

Em Setembro, o presidente angolano atinge 32 ano de poder.

Fonte: VOA

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